Num movimento inverso àquele imposto pelo mercado do belo e, consequentemente, pelas estruturas de produção na criação de objectos sem tempo de reflexão, Pan-versu surge do interesse em criar o espectáculo de não comunicação.
CENTA
Após a residência de criação deste espectáculo durante um mês, no campo – nesse outro tempo e outra dinâmica de vida – deu-se um choque aquando do regresso à cidade. Na auto-estrada, entre um lugar e o outro, esbate-se a harmonia das coisas que antes se fundiam umas nas outras.
A rapidez atravessa os dias. O mesmo atravessamento se impõe ao fazer artístico. Impera o adormecimento do Corpo, pela hipoteca do olhar, como premissa do mercado do belo. Tudo isto exige questionamento e tomada de posição: O que é isto que faço e porquê? Faço ou não faço? E se fizer, vai ao encontro do Outro?