Num movimento inverso àquele imposto pelo mercado do belo e, consequentemente, pelas estruturas de produção na criação de objectos sem tempo de reflexão, Pan-versu surge do interesse em criar o espectáculo de não comunicação. Na formalização desta premissa, o corpo, rumo ao palco, desenha o lugar do movimento vazio, da suspensão do pensamento e da acção desprovida de sentido ou de uma necessidade fundamental. E deixa-se ir, coisificado, na direcção de um interstício qualquer.
Sobre o espectáculo
Mário Afonso regressou a Portugal, após a conclusão da sua licenciatura, no final de 1998. Após a apresentação do primeiro espectáculo da sua autoria, Trajectórias, o coreógrafo é convidado para integrar a estrutura de produção O Rumo do Fumo enquanto artista associado. Este novo desafio, e a proposta de circulação do seu primeiro trabalho coreográfico, leva o jovem coreógrafo à apresentação de um espectáculo num momento em que nada tem para dizer, face a tudo o que do seu processo está ainda por aprofundar. Perante a necessidade de responder aos ritmos de produção impostos, o espectáculo surge de uma apropriação rápida de ideias soltas e de uma investigação curta.
Ficha Técnica
Concepção e Interpretação Mário Afonso
Desenho de Luzes Bruno Gaspar
Música Thomas Brinnkman
Figurino Marília Maria Mira
Design Gráfico Catarina Araújo
Produção O Rumo do Fumo
Apoios CENTA , Lugar Comum, Câmara Municipal de Oeiras, ICAM , IAC , Danças na cidade, Forum Dança, ZDB
Agradecimentos Paula Teixeira
Financiamento Ministério da Cultura/Instituto Português da Artes e do Espectáculo 2000
Solo 25 minutos
www.cartabranca.pt/mario-afonso/pan-versu/